domingo, 10 de agosto de 2008

Agosto

Ela disse que chorava estrelas, foi quando comecei a envelhecer. Ela, em anos, muito me passava, em espírito... Ainda menina. Poesia não tem idade, pensei. O nome engraçado, desses de personagem. Gente inventada.

Olha ela, tão pequena, ao teclado. "Teclado não, piano" Sendo maior na música, viu? Na ponta dos dedos. Nós pés leva a paixão: sapatilha, sapateado. Essa guria, meu deus, não tem jeito. Cismou de ser engenheira. Engenharia lírica, já existe? "É que eu preciso escrever..." . Essa menina.

Vai ela sorrindo, mirando o chão: paixonite. Quando te olhar vai estar com as bochechas vermelhas dizendo "Timidez" como quem desafia. É, eu sei que lembra aquela de Rita Apoena. Eu disse, não disse que era poema?

Eu manco e calvo. Ela distraída:
- Viu o céu cinza? Que coisa linda, linda. Acho que vai chover...
- Chuva em agosto, minha jovem?
A cor tomando o rosto, quase séria:
- Seu chato!

Foi sem deixar resposta. Deixou a chuva e depois, ainda úmidas, estrelas. Lágrimas.

(Cinco de agosto: Envelheci, inverso, meus últimos anos: excesso de encanto)
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Para Natacha. À guisa de gracejo e lembrancinha.

3 comentários:

Natacha disse...

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! Sem palavras.

Mata a velha do coração, pensa que idade não tem dessas coisas?!


É a coisa mais bonita que já me escreveram, fiquei querendo ser de poesia mesmo, chorar estrelas e saber encantar, como o SENHOR sabe!

Que coisinha mais linda de texto, vou dar risada sozinha ali e já volto.

Obrigada, mocinho!
Com as bochechas mais vermelhas do que nunca,

Natacha.

buh . disse...

que graça!

belo continho de aniversário
:D

Anônimo disse...

caralho..vc num cansa naao?
ehuhuehue
so escreve coisa boniiita.. pqp!

Num pare nuuunca :S

Te adoooro!