quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O Último

Já não quero superar
Superar é se render
Se conformar
Eu quero é me redimir
Nos consertar

E se não conserto sentimentos
Me alegro em consertar o tempo
Fazê-lo parar naquele momento...

O último antes do primeiro beijo
O primeiro fim dos nossos medos
O prelúdio do instante perfeito

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Perdoa as rimas pobres e os versos tortos.

É que eu jurava que esse seu jeitinho de me olhar tivesse o mesmo som que o abraço desajeitado que ainda guardo. Jurava que o seu sorriso fosse a rima perfeita para a minha timidez.

Mas as palavras me enganaram. As palavras me traíram por inocência. Fora de mim, elas se deram outra forma e só e deixaram o gosto de mal-entedido. Tudo bem, eu as perdôo. Não guardo rancor. Talvez mágoa. Mágoa muda, águas passadas. Sei que as palavras são apenas ecos. Quase reflexos do mundo à deriva que guardo em mim.

O mundo onde faço do seu olhar o abraço onde guardo meu sono. Onde escondo o seu sorriso, só pra mim, na minha timidez. Onde seu beijo é a lembrança do que ainda busco de perfeito. E cada instante da minha vida cabe dentro do meu peito...

É aqui, dentro de mim, que você vive.E a gente é feliz, como eu sempre disse que seríamos...

Eu fiz esse lugar só pra nós dois, como casa pré-fabricada.

É aqui, dentro de mim, que ainda te guardo em uma palavra.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Do Mirante ou A Balada do Cego

[Através dos seus olhos
Eu vejo o que não vê
Eu vejo a minha imagem
Refletida em você]

Passeio no Mirante
Lembro desse dia
Me levou pela mão
Mas quem era o guia?
Você sempre tão falante
Tão distraída
Não via a imagem
Que a paisagem escondia

Eu do seu lado, calado, sereno
[Apenas sinto o vento no meu rosto]
Esperando ouvir você falar sobre o tempo
Sobre a falta de chuva de agosto

Mas você pára, continua calada
[Como quem escuta o silêncio]
Você treme e se abala
Como quem pensa: 'entendo,
Que não entendo mais nada'

Um instante, um mirante
E foi perceber
Que o mais lindo horizonte
Se esconde em você!

Viu que olhando para longe
Não conseguia se ver
Eu que não vejo o horizonte,
Me via em você
Alguém que não vê
A beleza que se esconde
Além da palavra Ser


Além dos teus olhos e do teu sorriso
E aí, eu sei, onde se esconde o paraíso

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Era pra ser uma história. Faltou poesia.

Era pra ser uma música. Faltou melodia.

Era pra ser alegria...

Faltou o que?

domingo, 6 de janeiro de 2008

Cadeia Das Horas


Outro dia ventou dentro de mim.
Foi um sonho frio que me acordou para o mundo, anunciando meu passado como uma novidade.
Me fazendo sentir o presente suspenso sobre o tempo, fingindo não saber já ser tarde.
No meu sonho me vi estático, parado entre dois espelhos.
De um lado pássaros carregando lembranças nas asas, voavam pra longe. No outro espelho, era só a minha imagem vazia, sem o peso de uma vida que me construiu.
Acenei para os pássaros, pedi para que levassem minhas saudades para quem precisasse delas. Um deles me chamou, queria me levar de volta para Nostalgia. Recusei com uma estrela na beirada dos meus olhos.

- Ela precisa de mim

E fui abraçar minha imagem vazia.

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Escrito por mim e minha pequena mestra:

Natacha Alencar

Desenho feito por Bruna Luna.

Que, além de desenhar, pintar e escrever, tambem é vocal da maior banda do mundo: Nossants!!