terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Pra não dizer que não falei de...

Todas as minhas promessas, amor, são vazias

Te prometi Paris, uma carta e um beijo.
Minha alma, um telefonema e meu colo como travesseiro.
Te prometi meu mundo, minha timidez e meus medos.
Prometi sorrir só pra te ver sorrindo de volta.
Disse que trocaria meu mundo pelo teu abraço.
Te prometi o olhar mais sincero e o beijo mais apaixonado.
Prometi secar tuas lágrimas e jurei que não te faria chorar.
De novo.
Jurei não partir antes de você.
[Só pra te poupar da minha ausência].
Prometi meu corpo como conforto.

Disse que o Tempo e a Distância
[Grãos de areia na nossa ampulheta]
Logo nos deixariam em paz.

Mas todas essas as minhas promessas...
Todas elas, por mais sinceras...
Não passam te mentiras.

Pois só posso te dar o que tenho, meu bem.
E sinto te informar que não tenho nada disso.

O único bem que carrego comigo é o que sinto...
Um sentimento tão forte e pesado
Que não sei por quanto tempo mais vou conseguir carregá-lo.

E pensar que ele já me levou...
Segurou minha mão e me fez flutuar em luz.
Fez do meu corpo nuvem [ainda que de chumbo]
E da minha alma Sol [ainda que escuro]

Mas ele cresceu [culpa minha, sua culpa]

E seu peso me fez precipitar longe de casa...
Longe de ti.

Desde então eu o carrego pelo mundo
Como um sufoco no peito e um nó na garganta.

Ele era tão belo...
Mas não me pertence mais.
Ele não me reconhece mais.
Preciso te devolver...
Aquilo que sobrou, tudo que tenho...
É seu.



Meu Amor.

Divide comigo?





PS: Aos que esperavam poesia...
Desculpe, foi só sinceridade.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Rascunho


Tem dias que são assim:

Você acorda com uma idéia genial, A Idéia.
Isso pode dar um poema incrível, pode acabar dando naquele seu romance. É simples, é criativo, é contraditório. Tudo que você estava procurando.
Você é paciente, não quer colocar tudo de uma vez no papel. Você quer amadurecer a idéia, transformar meia dúzia de frases em versos, capítulos, sei lá.
Fica nessa de “amadurecer a idéia” por semanas e não consegue escrever mais nada – maldita idéia fixa.
Então você se vê dentro de uma sala com um monte de gente rindo, cantando e dormindo. Alguém inicia uma guerra de bolinhas de papel. É fim de ano pô! Natal, férias...
Mas, no meio daquele caos, você vê alguém escrevendo. Ou acabando de escrever. E no instante seguinte você vê essa mesma pessoa rasgando o poema!
Que inveja, meu deus! Eu que não escrevo nem pra publicar, nem pra guardar dentro de alguma gaveta empoeirada invejo, quem se dá ao luxo de sair rasgando poemas!
Confesso que tive vontade de correr até a lixeira e pegar os versos pra mim. Mas fingi ter um pouco de dignidade. Olhei pro meu caderno (talvez de física, ou matemática, não lembro) e disse: “É agora”
Lápis em punho, numa folha já rabiscada, iniciei minha obra-prima.

Você percebe que vai mal já nas primeiras linhas, você tenta, inventa, cria paradoxos tão estúpidos quando geniais. E pára no fim da página.
É ai que você percebe que meia dúzia de rimas não dão num poema. E que idéias incríveis não são suficientes.
Você ri e pensa “Estou perdendo o jeito...”
Escreveu? Agora agüenta!

É assim, meu jovem, quando a inspiração morre em rascunho.

[É dezembro, vai.. Natal, ano novo... Dá um desconto. Andei sorrindo, esses dias. Não é isso que importa? Ah vá! Reclame. Mas reclame com carinho.]