quinta-feira, 15 de novembro de 2007

À Deriva

- Dois comprimidos de sinestésicos, por favor. É para aliviar esse Nada...


E se minha janela não tivesse essa grade talvez eu tentasse me misturar a essa paisagem cinza. Cinza de concreto e prelúdio de tempestade. A água nunca cai só - que pena. Seria tão belo sentir o silêncio das gotas de céu caindo sobre nossa pele... Mas cai a chuva e traz consigo os raios, clarões ensurdecedores que insistem em fazer meu quarto tremer. Meu pequeno mundo à deriva. É só uma chuva de verão... Talvez não. Quando meu quarto enfim serena, minha mão ecoa o tremor de um mundo, refletindo uma tempestade que não é minha. Logo Ela se infiltra pelas rachaduras da minha alma e me afoga, me acalma. Os clarões se calam quando bebo sua luz. Águas azuis me abraçam, me protegem. Já não posso me mexer, e agradeço por isso. É tão simples. É como voltar pra casa, no Fim...

Mas eu nunca tive casa para a qual voltar, meu bem... E o fim me soa como uma promessa de paz para qual ainda não estou preparado.
E minha mão trêmula me lembra que ainda estou vivo e que levo comigo uma tempestade que ainda não é minha.




Sempre vai ser tarde
A esperança que ainda tenho não passa de saudade
E hoje, ontem de amanhã, será sempre minha utopia
É triste, mas é bela, essa Menina Nostalgia



- O que você tem, Gu?
- Nada, nada... Relaxa.

9 comentários:

Unknown disse...

Boooom, =)
ta mais que lindo neee
maaas,
seu relaxa me estressa
e eu nem te pergunto mais q q c teeem =P

mas continua assim
;D

beeejo guh
;*

Lucas Maia disse...

Sensacionaaalll...
Daria um belo roteirista de filmes!
ou um belo poeta!
Bom... Oque vale meus reles comentarios diante de tal grandeza?
talvez eu prefira deichar pra alguem mais preparado... =]
Talvez minha amiga Clarisse Lispector comente perfeitamente!!

parabéns, sucesso e abraço kra!

suja de piche disse...

oi gustavo,
que bonito tudo o que vc escreve.
eu sempre gosto de me surpreender com as pessoas. mas vou admitir, que esse assombro que eu tive como des-cobrir só no feriado por motivo tempo, foi um presente.
vou voltar sempre aqui pra acompanhar as suas reflexões poéticas.
gostei muito.
bjs.
patrícia

Natacha disse...

'umapromessa de paz para qual ainda não ESTAMOS preparados'

dessa vez pode escrever no plural, porque até parece que você leu meu pensamento!

LINDO!
você é uma descoberta.
=o*

Anônimo disse...

Meu Deus!!
Sinto-me muuy feliz de ter incetivado este escritor a não parar de articular seu dom!

Viu só Guh, eu disse que vem do nada...
e sempre vai vim...vc vai ver...

Parabéns!
Beijo da sócia.

Anônimo disse...

perfeito, resumindo ...

Flávia Santana disse...

A admiração que eu tenho por vc é como o amor que sinto pelo meu filho... é infinita.
Estou anestesia diante de tanta sensibilidade. Parabéns, querido!

Júnia disse...

No caso de dor, coloque gelo.
Mas não é nada, né?

Unknown disse...

....
Dois para mim tb,por favor!!!!


Brilhante....

Amor...vc está se superando...



bjin Lindo