segunda-feira, 30 de junho de 2008

De inverno

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Não fosse pela cor, meu samba seria gringo. O rosto moreno não leva consigo a tal malemolência natural. Mal-mal tento, quebro, giro e hesito sobre meus passos. O descompasso com teu corpo... O seu vestido meio roto em rodopio abrindo a roda. Surdo, cuíca, viola. Você nesse vai e volta, quase vem, quase me encosta [me gosta?]. À distância de um abraço, nós dois a dois passos...


Palmas e coro ao redor. Samba sol maior? Sabe-se lá, cada um por si. Eu em você, você em... Pulso, já disse, surdo, dentro abafando o de fora. Símbora! Nossa levada, nossa! E basta. Alma lavada, sorriso e suor. A cor é uma só. Cor de alma à flor da pele. É assim que o samba pede. Repete? Repique? Simples: Samba mesmo sem ser bamba. E chega de disse-me-disse.


Ouvindo: “Deixe-se acreditar”, Mombojó

9 comentários:

buh . disse...

"Cor de alma à flor da pele."

Palavras de alma à flor da pele, estas tuas.

Fantástico!


:)

Unknown disse...

Que inspiração....

Amor,por isso que digo....talento!!!

Posso sambar a dois??

huahuahuaua

Natacha disse...

É a volta do malandro.
Pensei em Chico Buarque, por aí.

Você não cansa de escrever coisas bonitas?

Unknown disse...

huhuhuh q delicia!! m imaginei numa roda d samba tb!!!
envolvente como sempre!!
bjo negaum!!

Anônimo disse...

Da até pra sinti a musica... Além de poeta é otimo compositor! Parcero alguem tem que te descobri depressa! kkkkk
Meu orgulho! hihi

bjuuux!

Lud Nogueira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

não é pq eu nao comento qe eu não leio...
simples, vc me deixa sem palavras... x)

Alessandra Castro disse...

Adorei! Realmente pensei em ruas boêmias e dias festivos, algo meio que Vadinho morreu!!! :D

Maria Amélia disse...

Nossa!!
Foi impossível ler sem pensar que estava ouvindo uma música!
Guuuh musica isto ai!
muito bom!!
Parabéns! adorei!